terça-feira, 28 de outubro de 2008

Sem título...

Olá!!

Hoje vou postar um poema que não tem título. Mas gosto dele mesmo assim!
Espero que vcs tb gostem...
Quem quiser comentar... por favor, o faça!
Beijos e até mais!



Gosto do toque
Gosto de ser manuseada
Aprecio o homem capaz de manipular
o corpo e os desejos de uma mulher.
Valorizo olhares...
Admiro o beijo que antece a traição, 
pois me aborrecem os que usam palavras.
Me alegro ao pensar que o amanhã
morrerá depois de amanhã.
E me satisfaço com pensamentos impuros,
enquanto desejo a pureza e salvação
de minha alma.


Ana Cristina R. Gonçalves- Rio de janeiro, 22-05/2007


quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Um Poema de Vinicíus...


Olá!!
Hoje não postarei um poema da minha autoria, e sim, um poema feito
pelo eterno Vinícius de Moraes, ele se chama:  "A Vida Vivida". Quem quiser comentar, 
fique à vontade...
Beijos.

A Vida Vivida

Quem sou eu senão um grande sonho obscuro em face do Sonho
Senão uma grande angústia obscura em face da Angústia?
Quem sou eu senão a imponderável árvore dentro da noite imóvel
E cujas presas remontam ao mais trsite fundo da terra?

De que venho senão da eterna caminhada de uma sombra
Que se destrói à presença das fortes claridades
Mas em cujo rastro indelével repousa a face do mistério
E cuja forma é a prodigiosa treva informe?

Que Destino é o meu senão o de assistir ao meu Destino
Rio que sou busca do mar que me apavora
Alma que sou clamando o desfalecimento
Carne que sou no âmago inútil da prece?

O que é a mulher em mim senão o Túmilo
O branco marco da minha tora peregrina
Aquela em cujos braços vou caminhando prar a morte
mas em cujos braços somente tenho vida?

O que é o meu Amor, ai de mim! senão a luz impassível 
Senão a estrela parada num oceano de melancolia
O que me diz ele senão que é vã a palavra
Que não repousa no seio do abismo?

O que é o meu Amor? senão o meu desejo iluminado
O meu infinito desejo de ser o que sou acima de mim mesmo
O meu eterno partir na minha vontade enorme de ficar
Peregrino, peregrino de um instante, peregrino de todos
os instantes?

A quem respondo senão a ecos, a soluços, a lamentos
De vozes que morrem no fundo do meu prazer ou do meu tédio
A quem falo senão a multidões de símbolos errantes
Cuja tragédia efêmera nenhum espírito imagina?

Qual é meu ideal senão fazer do céu poderoso a Língua
Da nuvem a Palavra imortal cheia de segredo
E do fundo do inferno delirantemente proclamá-los
Em poesia que se derrame como sol ou como chuva?

O que é meu ideal senão o Supremo Impossível
Aquele que é, só ele, o meu cuidado e o meu anelo
O que é ele em mim senão o meu desejo de encontrá-lo
E o encontrando, o meu medo de não o reconhecer?

O que sou eu senão Ele, o Deus em sofrimento
O tremor imperceptível na voz portentosa do vento
O bater invisível de um coração no descampado...
O que sou senão Eu mesmo em face de mim?

Vinícius de Moraes  


sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Mais um poema de minha autoria...

Olá!
Boa tarde...
Estou postando meu segundo poema aqui no blog, ele se chama "Alternativas". Por favor, dêem suas opiniões e façam críticas a respeito ok? Qualquer comentário é válido.


Alternativas

Cicatrizes para indicar o amargo
da vida
Algemas para impedir 
a evolução
Paz para enganar
aos tolos
Morte para aliviar
a dor.
O amanhã para alimentar
falsos otimistas
Poesia para encantar os
bons corações
Música para temperar
dias frios
Madrugada para atrair
a inspiração.
Sorrisos para cativar 
os desprezados
Olhos para transmitir
a ira
Lágrimas para mostrar
a angústia
Política para hipnotizar
a população.
Filhos para herdar seu
fracasso
Palavras para expressar 
o indefinível
Mentiras para acalmar
o ego...
E Amor para dar a si mesmo
uma segunda chance.

Ana Cristina R. Gonçalves- Rio, 02/07/2006

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Uma banda inspiradora...


Ai está "Biquini Cavadão"... um dos melhores shows que fui na minha vida, foi desses caras!
Eles são mto simpáticos e têm um pique de dar inveja!!! Foram quase 3 horas de show, sem parar...!
Ai vai uma música que tanto gosto, ela se chama "Meu Reino":
Atrás da porta
Guardo os meus sapatos
Na gaveta do armário
Coloco minhas roupas
Na estante da sala
Vejo muitos livros
E a geladeira conserva o sabor das
refeições

Minha casa é meu reino
mas eu preciso de outros sapatos

De outras roupas, outros temperos
Para formar minhas ideias e meus sentimentos
Eu sou a soma de tudo que vejo

E minha casa é um espelho
Onde a noite eu me deito e sonho com as coisas mais
loucas

Sem saber porque
É porque trago tudo de fora
Violência e dúvida, dinheiro e fé
Trago a imagem de todas as ruas por onde passo
E de alguém que nem sei quem é
E que provavelmente eu não vou mais ver
Mas mesmo assim ela sorriu pra mim
Ela sorriu e ficou na minha casa que é meu reino
É porque trago tudo de fora
E minha casa é um espelho
Trago a imagem de todas as ruas
Eu sou a soma de tudo que vejo
mas mesmo assim, ela sorriu pra mim
Sorriu e ficou na minha casa que é meu reino
Que a razão não diga nada
Os sonhos sempre foram minha fuga
Lembranças perdias sem sentido
Mas juntas pra mim parecem musica.
Essa letra é a mais pura verdade!
Nós realmente não passamos do reflexo daquilo
que vemos no dia-a-dia.
E a nossa casa se transforma exatamente no que nós
nos tornamos, como conseqüência.
Hoje eu encerro por aqui...
Bjos e até a próxima.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

A Pioneira...

Bom, primeiramente, Boa noite...
Estou aqui para divulgar, não só poemas de minha autoria, mas também, pretendo mostrar poemas escritos por autores consagrados como, Machado de Assis, Vinicius de Moraes., dentre outros. Também é minha intenção postar algumas frases soltas ou ainda, letras de músicas que me parecem poesia aos meus ouvidos!

Vou começar este blog com um poema de minha autoria, ele se intitula "Covardia", espero que gostem.

O escrever é ato para egoístas
É arma infalível dos covardes
Escrever é para aquele que não se sente
à vontade com palavras, no momento
em que estas fogem da boca.

Se trata de um ato solitário
Significa fechar-se para o mundo
E abrir a janela da alma
( por mais clichê que pareça)
É navegar em sua própria loucura.
É transportar seus pensamentos para
                                           [algo imóvel]

É não ter esperança de ser compreendido
É um modo diferente de chamar atenção
                                               (de si mesmo)
É um querer ser ouvido sem usar de artifícios 
                                                      [naturais]

É um falecer diário...
É a paralisia da fala...

Me descobri covarde e, com tal descoberta, 
                                          [me sinto humana]
E, a partir de então, me tornei instrumento 
de minha própria vontade.

Minha essência se escondia em meu espírito,
Agora transborda em meus dedos
Me vejo completa, covarde, mas completa.

Rio de janeiro, 22/05/07- Ana Cristina Reus Gonçalves